O Plano Safra 2025/2026, lançado pelo governo federal para apoiar a produção agrícola, enfrenta entraves na liberação do crédito rural. Produtores relatam dificuldades em acessar os recursos por causa de juros elevados, endividamento crescente e burocracias que retardam a contratação dos financiamentos.
O programa, que prevê bilhões em linhas de crédito subsidiadas para custeio, investimento e comercialização, tem como objetivo estimular a produção de grãos, carnes, leite e demais cadeias do agronegócio. No entanto, segundo entidades representativas do setor, o custo dos empréstimos tem se tornado proibitivo para muitos agricultores, em especial médios e pequenos.
Além disso, a inadimplência acumulada nos últimos anos, marcada por oscilações climáticas, queda nos preços de commodities e alta nos custos de produção, tem limitado a capacidade de novos financiamentos. Bancos e cooperativas de crédito adotam postura mais rígida na análise de risco, o que aumenta a exigência de garantias e reduz a velocidade das liberações.
Outro ponto levantado por especialistas é a excessiva burocracia. Produtores alegam que a tramitação documental, aliada a mudanças frequentes nas regras, torna o processo lento e afasta agricultores que dependem de crédito em prazos curtos para manter suas atividades.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende medidas para reduzir taxas de juros, ampliar prazos de pagamento e simplificar exigências, além de maior apoio para renegociação de dívidas. Sem ajustes, avalia a entidade, o Plano Safra 25/26 pode ter execução limitada, comprometendo a produção em um momento em que o país busca manter protagonismo como grande fornecedor mundial de alimentos.