O Supremo Tribunal Federal (STF) está sem publicar há 16 meses os dados sobre gastos com diárias e passagens aéreas destinadas a ministros, seguranças e outros servidores. Até meados de 2024, essas informações eram disponibilizadas no site oficial do tribunal, mas a atualização foi suspensa. Os registros mais recentes de diárias nacionais são de maio de 2024, enquanto os de viagens internacionais datam de abril do mesmo ano.
A interrupção coincide com um aumento das despesas. Entre janeiro e 1º de agosto de 2024, foram destinados R$ 5,61 milhões para viagens, em valores corrigidos pela inflação. No mesmo período de 2025, o montante chegou a R$ 6,55 milhões, representando alta de 16,7%. Caso o valor fosse dividido igualmente entre os 11 ministros e suas equipes, cada gabinete teria recebido cerca de R$ 595,8 mil.
A Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011) obriga órgãos públicos a manterem a divulgação desses dados, garantindo transparência no uso de recursos. Até o momento, não houve explicação oficial do STF para a suspensão.
Analistas apontam que a falta de transparência compromete a fiscalização social e institucional, dificultando a avaliação da pertinência dos gastos. O caso reforça a pressão para que órgãos do Judiciário e demais poderes mantenham a publicidade de despesas administrativas, em um cenário de demanda crescente por prestação de contas à sociedade.