O senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou na última quinta-feira (6) o requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigue os institutos de pesquisas eleitorais. Outros 29 senadores apoiaram a iniciativa do senador capixaba. Para que a criação da CPI avance, o requerimento precisa ser lido no Plenário.
Marcos do Val diz que é preciso apurar as “expressivas discrepâncias” ocorridas “em eleições recentes” entre os números de intenção de voto apresentados em pesquisas eleitorais e os resultados das urnas.
Sendo assim, o senador pretende que as investigações aconteçam sobre as metodologias e sistemas de realização de pesquisas, a partir de elementos sociológicos, matemáticos e demográficos, mas também “político-partidários”. O objetivo é identificar quais institutos operam “fora das margens toleráveis”.
O senador pontua que as pesquisas eleitorais têm impacto sobre a decisão de voto dos cidadãos, e que as variações de prognósticos entre diferentes institutos são “enormes” e indicam “óbvia e inegável existência de desvios inaceitáveis”. Para o senador, é clara a "preferência" de alguns institutos por “determinados candidatos”.
Na lista, 30 senadores, incluindo do Val, assinaram para a criação da CPI. No entanto, seis desses são senadores cujo mandato está no fim, e outros quatro são suplentes que estão substituindo temporariamente os titulares. Dois senadores disputam o 2º turno das eleições em seus estados e, se vencerem, deixarão o Senado. A CPI precisa de 27 assinaturas válidas para ser criada e se o requerimento não for lido antes das partidas desses senadores, as assinaturas deles não constarão para o quórum.
Segundo o Senado Federal, se o requerimento for lido com as assinaturas que tem hoje, a CPI irá atuar até o final de janeiro, quando a atual legislatura chega ao fim. De acordo com o Regimento Interno do Senado, o trabalho de uma CPI não pode ultrapassar a legislatura em que ela foi criada.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou a proposta de Marcos do Val e disse achar “curioso” o esforço pela criação da CPI para tal objetivo e questionou a falta de iniciativa semelhante para investigar corrupção no Executivo.
“Para esclarecer a roubalheira na Educação, eles não se esforçaram assim. Fizeram o possível para adiar a instalação da CPI do MEC [Ministério da Educação] que tem denúncias até de propina em ouro. Investigar a corrupção eles não querem”, criticou.
Já Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que os institutos de pesquisa “induziram” os eleitores e influenciaram os pleitos “de forma criminosa”.
Fonte: Agência Senado