O presidente do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, alertou sobre o perigo do "uso abusivo" da religião na política, durante uma aula magna na PUC-Rio, no último dia 08. Ele destacou a preocupação com a instrumentalização de líderes religiosos para angariar votos e difamar oponentes, enfatizando que a religião deve permanecer como uma questão privada, não sendo manipulada por motivos políticos.
Barroso também fez referência aos acontecimentos na Praça dos Três Poderes em janeiro de 2023, onde pessoas, após cometerem atos de vandalismo, se ajoelharam para rezar. Ele ressaltou a contradição entre a verdadeira essência da religião, que prega o amor e a compreensão, e a manifestação de ódio e violência.
Além disso, o ministro abordou temas como a revolução tecnológica, o fortalecimento da extrema-direita e a importância de proteger as instituições democráticas. Ele também mencionou a operação Tempus Veritatis da PF, que investiga a disseminação de “fake news” e o suposto planejamento de um golpe de Estado por um "gabinete do ódio" dentro do governo anterior.
Barroso ressaltou que nenhuma causa legítima precisa de desinformação para ser defendida, incentivando o diálogo e o debate baseado em argumentos sólidos.