A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, durante a Operação Cambota, desdobramento da Operação Sem Desconto. A ação foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e cumpriu ainda 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. Segundo a PF, os alvos são investigados por embaraço à apuração de organização criminosa, ocultação de patrimônio e obstrução das investigações.
Antunes, de 57 anos, é empresário e lobista, apontado como articulador de um esquema que teria desviado bilhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio de descontos irregulares em aposentadorias e pensões. Ele usava empresas de “consultoria” para intermediar recursos entre associações de beneficiários e dirigentes do instituto.
Segundo a PF, os alvos são investigados por embaraço à apuração de organização criminosa, ocultação de patrimônio e obstrução das investigações. Antunes foi detido em Brasília e Camisotti em São Paulo, sendo encaminhados às respectivas superintendências regionais. Mandados também foram cumpridos na residência e no escritório do advogado citado em documentos e conversas interceptadas, Nelson Wilians, em São Paulo.
As buscas resultaram na apreensão de carros de luxo, incluindo uma Ferrari avaliada em R$ 3,5 milhões e uma réplica de Fórmula 1, relógios, dinheiro em espécie e dezenas de obras de arte.
O esquema teria causado prejuízo de R$ 6,3 bilhões ao INSS entre 2019 e 2024, por meio de descontos irregulares em aposentadorias e pensões. Só Antunes teria movimentado R$ 53,5 milhões por intermédio de suas empresas, com repasses de R$ 9,3 milhões a servidores ligados à alta cúpula do instituto. A fraude consistia em criar associações fictícias, inscrever beneficiários sem consentimento e descontar mensalidades diretamente dos benefícios.
A defesa de Wilians disse que ele coopera com as autoridades e nega qualquer ilegalidade. Já a de Camisotti classificou a prisão como arbitrária. A de Antunes reitera que as acusações não correspondem à realidade e que sua inocência será provada.