A federação União Progressista, que reúne União Brasil e Progressistas (PP), anunciou nesta terça-feira (2) que deixará cargos no governo federal e apoiará um projeto de anistia relacionado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão prevê que todos os parlamentares licenciados que ocupam funções no Executivo entreguem seus postos até o fim de setembro, sob pena de sanções internas.
Com isso, os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), deputados pelo PP e União Brasil, respectivamente, deverão deixar a Esplanada. A medida, no entanto, não atinge indicados de lideranças das legendas que não possuem mandato. Nesse grupo estão Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações), ambos ligados ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), além de nomes indicados pelo PP para a Caixa Econômica Federal.
O anúncio foi feito pelos presidentes Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP-PI), em Brasília. Segundo Rueda, trata-se de um gesto de “clareza e coerência” exigido pelo eleitorado.
Além do afastamento do governo, as siglas declararam apoio à proposta de anistia para investigados pelos atos de 8 de janeiro. A intenção, de acordo com líderes da federação, é estender o benefício a todos os envolvidos, mas sem reverter a inelegibilidade de Bolsonaro.
A movimentação ocorre em meio ao fortalecimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como opção presidencial apoiada por União Brasil e PP para 2026. O rompimento foi interpretado como resposta às cobranças recentes do presidente Lula, que exigiu fidelidade dos ministros ligados ao centrão.
A saída das duas legendas reduz o espaço político do Planalto no Congresso e aumenta as dificuldades do governo em votações estratégicas.