O governo brasileiro prepara uma resposta oficial à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste domingo (13) que o decreto com a retaliação será publicado até terça-feira (15). A medida usará como base a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso.
Alckmin revelou que foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma reunião emergencial em Brasília, neste domingo, a fim de ajustar os detalhes do texto. Ele classificou a decisão americana como "inadequada e sem justificativa econômica", lembrando que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil e que oito dos dez principais produtos americanos exportados já têm isenção tarifária.
A taxação foi formalizada por carta do ex-presidente Donald Trump, aliado de Jair Bolsonaro (PL), recentemente denunciado pelo STF por tentativa de golpe. Na mensagem, Trump afirma que a decisão se deve às ações do ministro Alexandre de Moraes, que teria censurado e multado empresas norte-americanas sem diálogo institucional com os EUA.
Segundo Alckmin, a retaliação será proporcional e poderá incluir adendos estratégicos, mantidos sob sigilo para evitar reações antecipadas. Além disso, o governo pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando violação de acordos multilaterais.
A medida brasileira deve atingir produtos sensíveis à economia americana, mas sem comprometer setores-chave do país. O impacto pode ser sentido no custo de itens importados e em setores como o agronegócio. O governo promete monitorar os efeitos por meio da ApexBrasil, Itamaraty e Embratur.