O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou à Corregedoria Parlamentar da Casa representações disciplinares contra 14 deputados acusados de obstruir os trabalhos legislativos nos dias 5 e 6 de agosto. Os parlamentares, em sua maioria da oposição, participaram de atos que paralisaram o funcionamento do plenário por cerca de 30 horas, incluindo ocupação da Mesa Diretora e bloqueios das sessões.
O ato teve como foco pressionar a inclusão na pauta de propostas como o fim do foro privilegiado, uma anistia ampla para investigados nos eventos de 8 de janeiro e o afastamento do ministro Alexandre de Moraes, além de contestar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além dessas pautas, a obstrução também refletiu a insatisfação dos deputados com projetos de reforma administrativa e tributária em tramitação, e com o pacote anticrime, que, segundo eles, traria retrocessos e afetaria direitos trabalhistas e sociais.
Na lista de investigados estão nomes do Partido Liberal (PL), Novo e outras siglas, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Marcel van Hattem (Novo-RS). A deputada Camila Jara (PT-MS) também foi denunciada por suposta agressão durante o episódio, com processo separado.
Após o envio das denúncias, a Corregedoria analisará a admissibilidade dos casos, que podem ser remetidos ao Conselho de Ética. Caso aprovadas, as sanções previstas vão de advertências a suspensão dos mandatos por até seis meses.