O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou o maior gasto com viagens desde 2011. Segundo dados do Tesouro Nacional, somente nos três primeiros meses de 2025, as despesas com passagens, diárias e transporte chegaram a R$â¯789,1 milhões — o valor mais alto da série histórica.
As diárias, que cobrem hospedagem e alimentação, consumiram R$â¯449,1 milhões entre janeiro e março, representando um crescimento de 26,1% em comparação com o mesmo período de 2024. Esse número também ultrapassa o recorde anterior de R$â¯417,5 milhões, registrado em 2014, ainda no governo Dilma Rousseff.
Desde o início do atual mandato, em 2023, o governo Lula já acumulou R$â¯2 bilhões em gastos com viagens, uma elevação de mais de 50% em relação ao mesmo período da gestão de Jair Bolsonaro, que gastou cerca de R$â¯1,3 bilhão.
O aumento se deve, em parte, à intensa agenda internacional do presidente. Em março, Lula visitou o Japão e o Vietnã, somando sete dias fora do Brasil. Até o final daquele mês, o presidente já havia passado 96 dias fora do país desde o início de seu mandato. Em abril, ele participou do funeral do Papa no Vaticano e, em maio, embarcou para Moscou, onde prestigiou a cerimônia pelos 80 anos do Dia da Vitória. A primeira-dama, Janja da Silva, chegou à Rússia dias antes da comitiva oficial.
As despesas têm sido alvo de críticas, especialmente diante das limitações orçamentárias em áreas sociais. Por outro lado, o governo justifica os deslocamentos como parte de uma política de reinserção do Brasil no cenário internacional, reforçando que o aumento no número de ministérios também contribuiu para a elevação dos custos com viagens.