O governo dos Estados Unidos revogou os vistos de dois ex-funcionários do Ministério da Saúde do Brasil por envolvimento no programa “Mais Médicos”, implantado no governo Dilma Rousseff (2013-2018) com a contratação de mais de 10 mil médicos cubanos via Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Entre os alvos está Alberto Kleiman, atual coordenador-geral da Conferência do Clima da ONU (COP30), prevista para ocorrer em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro de 2025.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, classificou o programa como um “esquema de exportação de trabalho forçado” que beneficiou financeiramente o regime cubano. Segundo o Departamento de Estado, o arranjo teria driblado o Congresso e sanções impostas a Cuba, explorando profissionais de saúde enviados ao Brasil.
Além de Kleiman, também teve o visto cancelado Mozart Júlio Tabosa Sales, ex-secretário de Atenção Especializada à Saúde. Os EUA não informaram o número total de autoridades afetadas, mas indicaram que outras figuras ligadas à OPAS e familiares também foram incluídos nas restrições.
O “Mais Médicos” foi lançado com o objetivo de ampliar o atendimento médico em áreas remotas do Brasil. Em 2018, Cuba deixou o programa após o governo brasileiro exigir pagamento direto aos profissionais e revalidação de diplomas. A medida de Washington ocorre em meio a um quadro de tensões diplomáticas com o Brasil no governo Trump, que já incluiu sanções a outras autoridades e barreiras comerciais.