A realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), prevista para Belém (PA), enfrenta questionamentos internacionais. Nesta quinta-feira (1º), o presidente da COP, sultão Al Jaber, afirmou que representantes de diversos países pediram a retirada do evento da capital paraense, alegando "preços extorsivos" na rede hoteleira e preocupação com o avanço do desmatamento na região.
As declarações ocorrem após denúncias de que áreas de floresta foram desmatadas para viabilizar obras de infraestrutura voltadas à recepção da conferência, um contrassenso para um evento que tem como foco o combate às mudanças climáticas.
Segundo Al Jaber, os preços elevados em hospedagens foram considerados "incompatíveis com o espírito da conferência", que deve promover acesso equitativo à participação de delegações de países em desenvolvimento. Além disso, ele citou a crescente preocupação internacional com o desmatamento recente na Amazônia, inclusive em áreas próximas a Belém, o que fragiliza a imagem do Brasil como anfitrião comprometido com a agenda ambiental.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, afirmou que "as obras em curso visam melhorias estruturais de longo prazo" e que "medidas estão sendo adotadas para conter abusos no setor turístico". Já o Ministério do Meio Ambiente ainda não comentou as críticas relacionadas ao desmatamento.
A COP30 está prevista para ocorrer entre 10 e 21 de novembro de 2025. Uma possível mudança de sede, no entanto, reacende discussões sobre a responsabilidade ambiental do Brasil e seu papel no enfrentamento da crise climática global.