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Política

Decisão de sigilo polêmica: presidente Lula impõe 100 anos de restrição a pedidos de informação

Administração do atual governo impôs sigilo de 100 anos a 1.339 pedidos de informações no último ano

Redação Pedra Azul News

24/03/2024 - 00:00:00 | Atualizada em 22/03/2024 - 22:45:08

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Reprodução: Carta Campinas

A administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva impôs sigilo de 100 anos a 1.339 pedidos de informações feitos no último ano. Entre os documentos mantidos em segredo estão a agenda da primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, além de comunicações diplomáticas sobre o ex-jogador Robinho, condenado na Itália por estupro, e a lista dos militares do Batalhão de Guarda Presencial durante o ataque à Praça dos Três Poderes em janeiro de 2023.

Essa medida levantou críticas, visto que a quantidade de decisões favoráveis ao sigilo é similar à adotada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2022, foram negados 1.332 pedidos sob o argumento de conter informações pessoais, mantendo-se o padrão de restrição.

O maior número de respostas negadas por conter dados pessoais ocorreu em 2013, durante a presidência de Dilma Rousseff, totalizando 3.732 negativas, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). O sigilo de 100 anos é aplicado de acordo com o artigo 31 da Lei de Acesso à Informação, resguardando informações pessoais por um século a partir de sua produção.

A CGU afirmou que a gestão anterior utilizava o sigilo de forma inadequada e que há justificativas legítimas para a aplicação do segredo, dependendo do contexto.

Em suas redes sociais, durante campanha política para a presidência em 26 se setembro de 2022, o agora presidente Lula escreveu: "No primeiro dia de governo nós vamos fazer um decreto para acabar com o sigilo de 100 anos. O povo deve ver o que estão escondendo."

Sob o argumento de "informações pessoais", o presidente petista impôs sigilo aos seguintes tópicos:

Casa Civil
-Agenda de Janja no Alvorada e no Planalto;
-Declaração de conflito de interesse do ministro Alexandre Silveira;
-Conteúdo de e-mails de ex-servidores;

Exército
-Lista dos integrantes alocados no Batalhão de Guarda Presidencial no dia 8 de janeiro;
-Ficha militar de Mauro Cid, além do histórico completo de punições e sanções disciplinares do ex-ajudante de Bolsonaro;

PRF
Processo de aposentadoria do ex-diretor Silvinei Vasques;

Itamaraty
-Comunicações diplomáticas que citem o ex-jogador de futebol Robson de Souza, o Robinho;
-Telegramas que citem Thiago Brennand, que responde por estupro, tortura e sequestro contra uma dezena de mulheres;

Ministério da Educação
-Processos disciplinares contra servidores;

Funai
-Informações relativas à disputa de territórios indígenas;
-Acesso a processos do Sistema Eletrônico de Informações (SEI).

Logo no início de seu terceiro mandato, o presidente Lula editou um despacho em que dava um prazo de 30 dias à CGU para rever os sigilos impostos pelo governo anterior.

Ele alegou que as medidas de sigilo foram "banalizadas" por Bolsonaro, representando um "retrocesso" nas políticas de transparência pública do país.

Decisão de sigilo polêmica: presidente Lula impõe 100 anos de restrição a pedidos de informação
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