Os Correios vivem um dos momentos mais críticos de sua história recente. Afogada em prejuízos bilionários e sem caixa para manter a operação, a estatal corre contra o relógio para captar R$ 10 bilhões em apenas 15 dias. O dinheiro, que deve vir por meio de um empréstimo com garantia da União, é considerado vital para impedir um colapso operacional que já se anuncia nos números alarmantes da empresa.
A direção, comandada por Emmanoel Rondon, chegou a pedir R$ 20 bilhões, mas recuou após ouvir dos bancos condições consideradas extorsivas: algumas instituições chegaram a exigir custo de 136% do CDI, bem acima do teto de 120% estipulado pelos Correios. Nem com o aval federal houve adesão — um sinal claro da desconfiança do mercado sobre a capacidade de recuperação da estatal.
A situação financeira é dramática. Só em 2025, os Correios acumularam R$ 4,3 bilhões em prejuízo, com um déficit mensal de cerca de R$ 750 milhões. No segundo trimestre, a perda chegou a R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes maior que no ano anterior. O impacto já aparece no serviço prestado: o índice de entregas dentro do prazo, que deveria ficar acima de 95%, alcançou apenas 76% no início do ano e hoje está em 92% — ainda insuficiente para manter grandes clientes.
Para tentar estancar a sangria, a empresa pretende adotar medidas duríssimas. O novo plano inclui um PDV para desligar 10 mil funcionários, revisão do Postal Saúde e do Postalis e o fechamento de 700 agências e unidades logísticas. Há ainda um projeto elaborado pela Caixa para vender imóveis avaliados em R$ 5,4 bilhões e alugá-los de volta — inclusive o prédio-sede em Brasília.
Sem um rumo claro, a estatal também pretende elevar a arrecadação em R$ 5 bilhões com apoio de consultorias externas. Um esforço desesperado para evitar que uma das instituições mais tradicionais do país desabe diante dos olhos de toda a população.





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