A Presidência da República, por meio da Secretaria de Comunicação Social, confirmou nesta terça-feira (5) à agência EFE que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participará da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, agendada para o próximo domingo (10). O representante do governo brasileiro na cerimônia será o chanceler Mauro Vieira.
Durante a campanha, Milei, conhecido por sua amizade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família, dirigiu críticas a Lula, rotulando-o de "comunista" e "corrupto" e declarando que não tinha intenção de se encontrar com ele caso fosse eleito. Além disso, acusou Lula de apoiar o peronista Sergio Massa, seu adversário na disputa.
Após a vitória em 19 de novembro, entretanto, a postura dessa relação parece ter suavizado. Lula divulgou uma nota na qual, sem mencionar o nome de Milei, desejou "boa sorte" ao futuro governo do libertário.
"A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica", afirmou Lula.
"Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos", complementou.
Uma semana após a vitória de Milei, a futura chanceler argentina, Diana Mondino, encontrou-se com Vieira em Brasília. Adicionalmente, Milei enviou uma carta a Lula, destacando o desejo de "construção de laços" e convidando-o para a posse, evento que contará com a presença de Bolsonaro, também convidado pelo economista.
Outro sinal de aproximação foi o anúncio de que o peronista Daniel Scioli permanecerá como embaixador da Argentina no Brasil, interpretado como um gesto indicativo de que Milei pretende facilitar o diálogo com o ex-presidente brasileiro.