A Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) anunciou nesta terça-feira, 9, o encerramento do uso do WhatsApp da instituição. O número, anteriormente utilizado para a coleta de assinaturas em favor da anistia a presos ligados à manifestação, foi desativado sob alegação de violação da política comercial do WhatsApp.
A campanha pela anistia aos detidos começou recentemente, visando a obtenção de 1,6 milhão de assinaturas em todo o país. A presidente da Asfav, Gabriela Ritter, nomeou a iniciativa popular de "Cleriston da Cunha, o Clezão", em homenagem ao empresário falecido na Papuda após uma série de pedidos de soltura ao Supremo Tribunal Federal.
Essa iniciativa de expressão e mobilização popular mediante coleta de assinaturas é semelhante a outras que conseguiram alterar leis no país. Um exemplo foi o caso da morte de Daniella Perez com 28 apunhaladas e sem direito e tempo de se defender, filha da dramaturga Gloria Perez.
Mesmo após 30 anos do assassinato de Daniella, sua mãe conseguiu reunir 1,3 milhões de assinaturas em um documento que solicitava a mudança na lei e o Congresso aceitou a sugestão e aprovou a inclusão de homicídio qualificado nos crimes considerados hediondos, o que acarreta uma punição mais rigorosa e com menos permissões previstas em lei.
Enquanto a oposição debate a questão da anistia desde o final de 2023, membros do congresso alinhados à direita buscam apoio para medidas em tramitação. Durante uma manifestação na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apelo aos parlamentares em favor do perdão aos presos, destacando que essa será uma das pautas centrais da oposição ao governo Lula nos próximos anos.