O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto. A medida atinge em cheio a economia capixaba, que depende fortemente do comércio com os EUA. Em abril de 2025, 64,2% das exportações do Espírito Santo tiveram como destino o mercado norte-americano.
Os setores mais afetados são os de rochas ornamentais, aço, papel, minério, celulose, café — todos com forte presença no Espírito Santo, além de setores produtores de outros estados como carnes, calçados e suco de laranja. O destaque vai para as rochas ornamentais, que movimentam R$ 15 bilhões ao ano e empregam mais de 30 mil pessoas. Em 2024, 82,3% das exportações brasileiras de rochas vieram do ES, sendo 56,3% delas destinadas aos EUA.
A indústria do café, liderada pelo Brasil, maior exportador mundial, teme prejuízos diretos ao consumidor americano, que pode sentir o aumento nos preços. Já o setor de suco de laranja, também liderado pelo Brasil, alertou que a tarifa afetará toda a cadeia nos EUA, que depende da importação brasileira há décadas.
Para a indústria de calçados, o impacto é ainda mais sensível: os EUA são o principal mercado externo, e o setor vinha registrando crescimento de quase 40% nas vendas. Já as indústrias de celulose, carnes e aço temem retração e demissões, dado o peso das exportações capixabas nesses segmentos.
Trump justificou a decisão com críticas ao que considera desequilíbrios comerciais e à atuação do Supremo Tribunal Federal brasileiro contra Jair Bolsonaro. O presidente Lula reagiu à medida com promessa de reciprocidade.