O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou recentemente que a facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) tem atuado no país vizinho, sugerindo a necessidade de apoio internacional para conter a expansão da organização.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal argentina há cerca de um mês, 28 indivíduos ligados ao PCC foram identificados no território argentino. Destes, oito já estão presos, enquanto os demais permanecem em liberdade, sob investigação ou respondendo a processos de expulsão ou extradição.
A ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, confirmou os dados em comunicado oficial. Segundo ela, as investigações apontam que o PCC realiza atividades típicas de facções criminosas dentro de penitenciárias argentinas, incluindo cerimônias de iniciação conhecidas como “batismo”, nas quais novos membros recebem um número de matrícula, formalizando sua integração à organização.
Milei reforçou a preocupação com a atuação transnacional do PCC, citando a necessidade de cooperação entre países da região e instituições internacionais para conter crimes organizados, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro relacionados à facção. Ele ressaltou que a criminalidade não respeita fronteiras e que ações isoladas podem ser insuficientes para enfrentar organizações com atuação internacional.
A operação da Polícia Federal argentina e os comentários de Milei ocorrem em um contexto de atenção crescente das autoridades sul-americanas sobre a expansão do PCC para países vizinhos, incluindo monitoramento de atividades dentro de penitenciárias e o mapeamento de redes de apoio logístico e financeiro.
Especialistas em segurança pública destacam que a internacionalização do PCC representa um desafio para políticas de combate ao crime organizado na América Latina, exigindo estratégias conjuntas e medidas preventivas consistentes.