Após meses de especulação e tensão pública, os 261 móveis que haviam sido alvo de disputa entre as primeiras-damas Michelle Bolsonaro e Janja Silva foram finalmente localizados nos depósitos do Palácio do Alvorada. O governo, respondendo a um pedido da Folha de São Paulo sob a Lei de Acesso à Informação, informou que os móveis estavam armazenados dentro do próprio perímetro do palácio, como indicara Michelle Bolsonaro em um vídeo compartilhado em suas redes sociais há 11 meses.
A questão dos móveis desaparecidos causou um embate público entre ex-presidentes e suas esposas, resultando em acusações e discussões em redes sociais e coletivas de imprensa. Agora, com o ressurgimento do mobiliário, avaliado em R$ 379,4 mil, o episódio parece ter chegado ao seu desfecho.
Os detalhes sobre como os móveis foram parar nos depósitos do Palácio do Alvorada e o porquê de não terem sido inicialmente localizados não foram totalmente esclarecidos pelo governo. A Secretaria de Comunicação do Governo (SECOM) divulgou uma nota afirmando que os trabalhos para localizar os móveis foram finalizados somente em setembro do ano passado, evidenciando um descaso com a localização do patrimônio público.
Apesar do episódio, nenhum móvel foi oficialmente relatado como desaparecido após o término dos trabalhos da Comissão de Inventário Anual da Presidência da República. Todos os itens foram reintegrados à lista de patrimônio e permanecerão disponíveis para uso pelos futuros mandatários brasileiros.
O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu à notícia acusando seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, de incorrer no crime de falsa comunicação de furto.
No início de 2023, após altos gastos com estadia de hotel para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo federal gastou R$ 196.770,00 em 5 móveis e 1 colchão para o quarto do presidente Lula e da primeira-dama Janja Lula da Silva no Palácio da Alvorada.
Segundo dados obtidos, os gastos mais altos foram com um sofá reclinável por R$ 65.140, e uma cama de R$ 42.230. As peças têm revestimento de couro italiano.
Os itens foram compradas junto com outras peças que seriam destinadas a demais prédios públicos como o Palácio do Planalto. Ao todo, foram gastos R$ 379.428 em 11 móveis.
Conforme informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, a ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens.