O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu indicar Jorge Messias, atual advogado-geral da União (AGU), para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele substituirá Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria. A escolha foi confirmada por interlocutores do Palácio do Planalto e reflete a estratégia de Lula de privilegiar nomes de confiança pessoal e afinidade política, mesmo diante de resistências no Senado e entre ministros da Corte.
Segundo o portal Metrópoles, a decisão foi tomada após semanas de negociações internas. Lula ignorou pressões de alas do STF e do Senado que defendiam o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado por Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Messias, por sua vez, era o favorito dentro do governo e contava com o apoio direto de lideranças petistas, sendo considerado um aliado próximo do presidente.
A escolha mantém o padrão das últimas indicações de Lula — como Cristiano Zanin e Flávio Dino —, nas quais a lealdade política teve peso decisivo. Aos 45 anos, Messias é procurador da Fazenda Nacional desde 2007 e ganhou notoriedade em 2016, durante o governo Dilma Rousseff, quando atuava como assessor jurídico do Planalto e foi citado no episódio do “Bessias”.
Messias se notabilizou pela defesa do que chama de “democracia” e pela criação da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, estrutura voltada ao combate à desinformação. Ele mantém ainda boa relação com lideranças evangélicas, fator considerado estratégico para reduzir resistências à sua nomeação.
Apesar do favoritismo dentro do governo, Messias deverá enfrentar resistência no Senado, onde parte dos parlamentares ainda articula apoio ao nome de Pacheco. Sua aprovação exigirá maioria absoluta dos votos durante a sabatina conduzida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre.
Com a indicação de Jorge Messias, Lula reforça seu projeto de consolidar influência no STF. Caso o nome seja aprovado, Messias poderá permanecer na Corte por até 30 anos, tornando-se o terceiro ministro indicado por Lula em seu atual mandato.
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