Grandes redes hospitalares como Rede D’Or, Unimed, Dasa, grupo Kora e Beneficência Portuguesa (BP) suspenderam os atendimentos a funcionários dos Correios. O motivo é o não pagamento, desde novembro de 2024, por parte da Postal Saúde — operadora do plano de saúde da estatal.
Criada em 2023, a Postal Saúde atende cerca de 200 mil beneficiários, entre funcionários e dependentes, com uma rede credenciada de 13 mil prestadores. Segundo estimativas, a dívida já ultrapassa os R$ 400 milhões. Antes da interrupção, os Correios repassavam cerca de R$ 170 milhões mensais à operadora, o equivalente a R$ 2 bilhões ao ano.
A crise na estatal não se limita à saúde. Na última semana, transportadoras terceirizadas iniciaram paralisação após dois meses sem pagamentos. Segundo o senador Marcos Pontes (PL-SP), a situação é crítica: “Os Correios estão pagando 1%, 5%, no máximo 10% dos valores devidos, sem qualquer transparência ou cronograma de regularização.”
O rombo financeiro da estatal saltou de R$ 440 milhões em 2023 para R$ 3,2 bilhões em 2024, representando metade dos prejuízos das estatais federais no período.
Procurados, os Correios não responderam aos pedidos de esclarecimento até o fechamento desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações da empresa.