O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, admitiu durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que houve fraudes e descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Ele afirmou ter tomado todas as medidas possíveis para interromper o esquema, que teria movimentado bilhões de reais entre 2019 e 2024.
As irregularidades envolvem cobranças feitas por associações e sindicatos sem autorização dos beneficiários, segundo levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), que estimou prejuízos de cerca de R$ 6,3 bilhões. Stefanutto, que presidiu o órgão de julho de 2023 a abril de 2025, foi afastado do cargo por decisão judicial durante as investigações da chamada “Operação Sem Desconto”.
Durante o depoimento, o ex-dirigente afirmou que sua gestão implantou o uso de biometria e assinatura digital para autorizar descontos, além de reforçar auditorias internas. Apesar disso, parlamentares criticaram a demora para bloquear integralmente as cobranças, o que só ocorreu em fevereiro de 2025.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou por que o sistema de segurança, disponível desde setembro de 2024, não foi suficiente para impedir os desvios. Stefanutto alegou falhas operacionais e limitações técnicas.
O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, também reconheceu que o governo já recebia denúncias sobre as fraudes desde 2023, mas afirmou que apenas com o avanço das investigações foi possível dimensionar a gravidade do caso. O episódio gerou críticas sobre a lentidão do governo e do INSS no combate às irregularidades que atingiram milhões de beneficiários.
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