Antes visto apenas como matéria-prima, o eucalipto vem se consolidando como símbolo de sustentabilidade e inovação na indústria madeireira brasileira. Com rápido crescimento, adaptação ao clima e manejo responsável, a espécie se destaca como alternativa estratégica frente à crise climática e à busca por modelos produtivos sustentáveis.
Na vanguarda desse movimento está a Donna Madeiras, empresa fundada nos anos 1950 em São José de Fruteiras, em Vargem Alta (ES). Inicialmente voltada à produção de móveis com madeira nativa, a companhia virou referência ao apostar, já nos anos 1980, no uso do eucalipto serrado, tornando-se pioneira regional nesse segmento.
A virada definitiva ocorreu em 1995, com a criação da Donna Indústria de Madeira LTDA, que profissionalizou a gestão familiar e impulsionou a expansão. Com investimentos em tecnologia, a empresa ampliou sua atuação com unidades voltadas à biomassa e ao comércio, além de inaugurar, em 2024, uma sede moderna e autossustentável.
Hoje, o portfólio inclui dormentes, barrotes, ripas, tábuas e subprodutos como cavacos e pó de serra, usados em energia e agroindústria. A matéria-prima vem de 2.500 hectares de reservas próprias e reflorestamentos certificados. O Brasil lidera a produção mundial de eucalipto, com 10,2 milhões de hectares cultivados — 77% deles com a espécie.
Para a gestora Sabrina Donna, a demanda por madeira de origem sustentável está crescendo. “A crise climática exige soluções conscientes”, afirma. Ela defende a quebra de mitos sobre a monocultura do eucalipto e destaca a importância de agregar valor e promover o setor, como faz a empresa ao participar de feiras como a Espírito Madeira.
Sabrina acredita que a transição para uma economia de baixo carbono cria oportunidades reais. “O Espírito Santo tem potencial. Um hectare de eucalipto traz retorno econômico e ambiental. É o futuro em nossas mãos.”