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Em abril, a dívida bruta do Brasil registrou um aumento significativo, conforme relatado pelo Banco Central nesta quarta-feira (29). A dívida pública bruta, como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), alcançou 76,0%, um aumento em relação aos 75,7% registrados no mês anterior. A dívida líquida também apresentou um leve crescimento, subindo para 61,2%, comparado a 61,1% em março, ultrapassando as expectativas do mercado que previa 61,0%.
Os dados revelam uma deterioração das contas públicas, refletida na fraca performance do superávit primário do setor público consolidado. Em abril, o superávit foi de apenas R$ 6,688 bilhões, bem abaixo das projeções dos economistas consultados pela Reuters, que esperavam um saldo positivo de R$ 14,8 bilhões. Este resultado ressalta as dificuldades que o governo enfrenta para equilibrar suas contas em um ambiente de crescente endividamento.
A análise detalhada do Banco Central mostrou que o governo central conseguiu um superávit de R$ 8,762 bilhões. Em contrapartida, os estados e municípios tiveram um déficit primário de R$ 1,377 bilhão, e as estatais apresentaram um saldo negativo de R$ 698 milhões. Esses números destacam a disparidade fiscal entre os diferentes níveis de governo e apontam para os desafios na gestão das finanças públicas brasileiras.
Este aumento na dívida bruta e a fragilidade do superávit primário são preocupantes, pois podem afetar negativamente a confiança dos investidores e aumentar a pressão sobre os custos de financiamento do governo. O crescimento contínuo da dívida, se não controlado, pode comprometer a capacidade do país de investir em áreas essenciais como infraestrutura, saúde e educação.
