A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um aumento nas tarifas de energia elétrica que poderá chegar a 5,76% em 2025, refletindo o novo orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que alcançará R$ 49,2 bilhões, alta de 32,4% em relação a 2024.
Do total, R$ 41,4 bilhões serão repassados diretamente aos consumidores por meio da CDE-Uso, enquanto R$ 5,4 bilhões (CDE-GD) cobrirão subsídios à geração própria de energia, como sistemas solares. O restante virá do Tesouro Nacional e de multas aplicadas a concessionárias.
Os impactos variarão por região: o reajuste será de 3,85% no Norte e Nordeste, e de 5,76% no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Parte do aumento já começou a ser aplicada em 2024, mas novos ajustes serão necessários para atingir o valor integral.
A expansão do orçamento da CDE é atribuída ao crescimento dos subsídios para fontes renováveis no mercado livre, que saltaram de R$ 12 bilhões para R$ 15 bilhões, e ao avanço da geração distribuída, cuja cota (CDE-GD) terá aumento de R$ 1,97 bilhão.
Outros fatores também pressionam os custos:
•Restos a pagar de 2024, incluindo um déficit de R$ 612 milhões no programa Luz para Todos;
•Aumento de R$ 1,6 bilhão na Tarifa Social, que agora garante 80 kWh gratuitos a famílias de baixa renda, conforme a MP 1.300/2025;
•Acréscimo de R$ 1,4 bilhão para a expansão do Luz para Todos;
•Elevação de R$ 1,8 bilhão na Conta de Consumo de Combustíveis, usada em regiões isoladas, especialmente devido à flexibilização dos gastos da Amazonas Energia.
A Aneel também alertou que os aportes da privatização da Eletrobras, que ajudavam a conter reajustes até 2024, já foram integralmente utilizados. Com isso, o impacto nas tarifas tende a ser maior nos próximos anos.