O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (1º) a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A proposta, considerada uma das principais promessas do governo, segue agora para avaliação do Senado.
A mudança poderá beneficiar cerca de 35 milhões de contribuintes, dobrando a faixa de isenção em comparação ao limite atual de R$ 2.824. De acordo com estimativas, a renúncia fiscal pode alcançar R$ 23 bilhões anuais, valor que o governo promete compensar com ajustes em outros setores.
Apesar do alívio no bolso imediato de parte da população, economistas alertam para os possíveis efeitos colaterais. Além da pressão sobre as contas públicas, há risco de que a compensação da perda de arrecadação resulte em aumento indireto de tributos sobre o consumo, o que pode encarecer produtos básicos, como alimentos, energia e combustíveis. Críticos apontam que, nesse cenário, justamente as famílias de menor renda podem ser mais prejudicadas.
Parlamentares que votaram a favor argumentam que a correção da tabela do IR era urgente diante da defasagem acumulada pela inflação. Já opositores e especialistas reforçam que a medida, embora popular, pode provocar desequilíbrios fiscais e acabar transferindo o custo para a população em forma de preços mais altos.
O texto ainda precisa ser aprovado no Senado antes de seguir para sanção presidencial e, se validado, poderá entrar em vigor já no próximo ano fiscal.