O Brasil atingiu a marca de 94 milhões de pessoas inscritas em programas sociais federais, o que representa quase metade da população do país, número semelhante ao de nações como o Egito. Os dados mais recentes do Cadastro Único (CadÚnico), responsável por reunir informações de famílias de baixa renda, revelam que sete em cada dez brasileiros em idade ativa, entre 15 e 64 anos, estavam inscritos em algum benefício no início do segundo semestre de 2024.
O Bolsa Família segue como o principal programa de transferência de renda, atendendo mais de 20 milhões de famílias, o que corresponde a aproximadamente 54 milhões de pessoas, incluindo grande parte de crianças e adolescentes. Em novembro de 2024, o valor médio do benefício foi de R$ 681,22.
Mesmo com a criação de 1,49 milhão de empregos formais no período de janeiro a julho de 2024, 77% dessas vagas foram ocupadas por pessoas inscritas no CadÚnico, com salário médio de R$ 2.161, insuficiente para garantir autonomia financeira e romper o ciclo de dependência dos programas.
No ano passado, mais de 1,3 milhão de famílias deixaram o Bolsa Família após superar o limite de renda per capita de meio salário mínimo, número que dobrou em relação a 2023. Além disso, 2,2 milhões de residências passaram a integrar a chamada Regra de Proteção, que permite aos beneficiários formalizarem empregos ou iniciar negócios próprios sem perder imediatamente os benefícios, com renda per capita entre R$ 218 e R$ 759.
O custo anual desses programas ao governo federal gira em torno de R$ 500 bilhões, financiados majoritariamente por meio da arrecadação tributária.