A chamada “taxa das blusinhas”, criada em junho de 2024, arrecadou apenas um quarto do valor esperado pelo governo federal. O tributo impõe cobrança de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, segmento dominado por plataformas de e-commerce asiáticas como Shein, Shopee e AliExpress.
A medida foi anunciada com a expectativa de elevar a arrecadação e equilibrar a concorrência entre varejistas nacionais e estrangeiros. No entanto, dados oficiais mostram que a receita obtida é quatro vezes menor que a projetada inicialmente. Além disso, o impacto no consumo foi imediato: cerca de 14 milhões de brasileiros reduziram ou interromperam suas compras em sites internacionais de baixo custo.
O governo argumenta que a taxa busca garantir justiça tributária, já que comerciantes locais pagam impostos mais elevados para operar. Por outro lado, especialistas apontam que a tributação acabou pesando no bolso das famílias de menor renda, que encontravam nesses marketplaces produtos mais acessíveis.
Associações do setor varejista brasileiro, por sua vez, defendem a manutenção da alíquota como forma de proteger a indústria nacional e evitar concorrência considerada desleal. Já consumidores relatam que os preços deixaram de compensar e que muitos migraram para o mercado paralelo ou reduziram o volume de compras.