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Fachada da Queijo Minas, no centro de Macapá (AP), maior vencedora do leilão de arroz do governo federal - Reprodução/Google Street View

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Economia

Leilão de arroz do governo foi vencido por loja de queijos e empresário que já confessou propina

Capital social de uma das empresa é dez vezes inferior ao valor negociado.

Redação Pedra Azul News

08/06/2024 - 00:00:00 | Atualizada em 08/06/2024 - 12:03:56

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Fachada da Queijo Minas, no centro de Macapá (AP), maior vencedora do leilão de arroz do governo federal - Reprodução/Google Street View

Parlamentares estaduais e federais estão levantando suspeitas sobre a integridade do leilão do arroz promovido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, destinado à compra de 300 mil toneladas do produto. Produtores rurais e analistas afirmam que a importação de arroz é desnecessária, pois há oferta suficiente no mercado, especialmente após a colheita da safra no Rio Grande do Sul antes das chuvas.

Na quinta-feira, 6 de junho, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) pronunciou-se sobre o leilão, sugerindo a possibilidade de conluio entre as empresas participantes. Ele destacou que os preços oferecidos variaram pouco em relação ao preço máximo estipulado de R$ 5 por quilo, com propostas entre R$ 4,98 e R$ 5, o que poderia indicar a existência de um cartel.

Leilão de arroz do governo foi vencido por loja de queijos e empresário que já confessou propina
Deputado vai levar caso do leilão do arroz ao Tribunal de Contas

O deputado estadual gaúcho Marcus Vinícius (PP) questionou a capacidade das empresas vencedoras, muitas delas microempresas com capital social muito inferior ao valor das transações. Um exemplo é o minimercado Queijo Minas, de Macapá (AP), com capital social de R$ 80 mil, que vendeu 147 mil toneladas de arroz ao governo por R$ 736 milhões. "Não é crível que um minimercado chamado Queijo Minas, em Macapá, consiga, com R$ 80 mil de capital social, ser o maior vendedor neste leilão", afirmou Vinícius.

Entre as outras empresas vencedoras, a Zafira Trading, com capital social de R$ 110 mil, vendeu 73,8 mil toneladas de arroz por R$ 369 milhões. A Weasley Alves de Sousa Ltda., conhecida como Queijo Minas, localizada em Macapá, comercializa leite e laticínios, além de hortifrutigranjeiros, carnes e pescados. A Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos, de São Paulo, que fabrica conservas de frutas e sorvetes, vendeu 19,7 mil toneladas de arroz por R$ 98 milhões. A ASR Locação de Veículos e Máquinas, do Distrito Federal, vendeu 22,5 mil toneladas por R$ 112 milhões, apesar de sua atividade principal ser a locação de máquinas e veículos.

Marcus Vinícius anunciou que levará o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU), afirmando haver "fortes indícios de irregularidades no leilão de importação de arroz da CONAB". Ele convidou outros deputados a se juntarem à representação junto ao TCU e ao Ministério Público Federal para uma investigação aprofundada.

Vinícius também apelou ao governo para cancelar o leilão. "Cancelem esse leilão e joguem no lixo essa ideia maluca e absurda que pode prejudicar o Rio Grande do Sul e o Brasil num momento como esse", concluiu.

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