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A Justiça Federal do Espírito Santo determinou que a família Bettim, residente há mais de 50 anos em sua fazenda, desocupe o local até 13 de fevereiro de 2025. A decisão atende a um pedido do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que obteve uma liminar de desapropriação com base em um decreto presidencial de 2010, emitido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alegou improdutividade das terras.
Desde então, os Bettim lutam na Justiça para manter a propriedade, que há mais de 15 anos foi dividida entre os membros da família. Apesar de laudos iniciais do próprio Incra reconhecerem a existência de plantações de café, pimenta, mandioca, além de criação de gado, o órgão classificou o terreno como improdutivo ao avaliar a área como um todo, ignorando as divisões internas.
Documentos obtidos pela Revista Oeste revelam que o Incra prevê a criação de um assentamento para 45 famílias sem terra no local e permite, teoricamente, que os Bettim permaneçam na fazenda, desde que compartilhem a área com os assentados. Contudo, a liminar da 1ª Vara Federal de São Mateus determina que apenas um membro da família pode continuar na propriedade, enquanto os demais — incluindo crianças e idosos — devem sair. Caso a família resista, a ordem será cumprida com força policial.
O deputado estadual Lucas Polese (PL-ES), que acompanha o caso, afirmou que os proprietários possuem escrituras e notas fiscais que comprovam a atividade produtiva. Atualmente, a fazenda mantém mais de 100 mil pés de café, 5 mil pés de pimenta e 500 cabeças de gado.
Adriano Fabem Bettim, 28, destacou o impacto emocional da situação. “Planejei construir minha casa aqui, mas desisti por medo de perder tudo. O Incra ignora nossa realidade.”
A Fazenda Floresta e Texas está localizada em frente ao assentamento Zumbi dos Palmares, do MST. Segundo a família, integrantes do movimento já manifestaram interesse na propriedade, apesar de já possuírem terras registradas.
