Com a entrada em vigor nesta sexta-feira (23) da nova regra do governo federal que altera a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em transações de câmbio, todas as operações passam a ter uma alíquota unificada de 3,5%. O que corresponde a um aumento de quase 800% (antes a taxa era de 0,38%) e afeta diretamente quem planeja viajar ao exterior.
A decisão, divulgada nesta quinta (22), atinge desde compras com cartões internacionais até a aquisição de moeda estrangeira em espécie. Antes, o imposto sobre o dinheiro em espécie era de 1,1%. Com o reajuste, a cotação do dólar turismo já chegou a R$ 6,07, enquanto o euro ultrapassa os R$ 6,40, tornando as viagens internacionais mais onerosas.
De acordo com o governo, a unificação tem como objetivo reduzir distorções entre operações semelhantes e aumentar a arrecadação, estimada em R$ 20,5 bilhões para 2025. A medida também faz parte de um esforço maior para ajustar as contas públicas.
Segundo Adriana Freitas, responsável por uma casa de câmbio em São Paulo, a procura por papel moeda já começou a cair: "O mercado de moeda física deve recuar bastante. Os cartões pré-pagos devem se tornar a principal alternativa dos clientes".
Cartões internacionais, como os das plataformas Wise, Nomad e Revolut, também passam a sofrer a nova cobrança, o que diminui uma de suas principais vantagens frente ao dinheiro físico.
O IOF, tributo federal, incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros. Além de gerar receita, seus dados ajudam o governo a acompanhar o mercado financeiro e tomar decisões econômicas estratégicas.
Este aumento do IOF tem como expectativa de arrecadação para 2025 mais R$20,5bi e, para 2026, o valor de R$41bi a mais para os cofres públicos.
Desde a posse de Lula, a arrecadação federal já subiu R$ 234 bilhões acima da inflação, e só em 2024 registrou um aumento de 9%. Entre as medidas adotadas estão o aumento do IPI em armas de 29,25% para 55%; a retomada da cobrança de PIS/Cofins sobre combustíveis; a aplicação de imposto de importação de até 20% em compras internacionais e painéis solares; além da tributação de 15% sobre apostas online.