Em julho de 2025, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva registrou a maior arrecadação já vista para o mês, totalizando R$ 254,2 bilhões, um avanço de 4,6% em comparação com julho de 2024. O destaque foi o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que arrecadou R$ 6,554 bilhões, crescimento real de 13,05% frente ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a julho, a receita federal alcançou R$ 1,679 trilhão, aumento de 4,41%.
O reajuste no IOF, no entanto, provocou forte reação. O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) advertiu que a medida pode elevar em até 39% o custo do capital de giro, comprometendo operações como antecipação de recebíveis. Antes com alíquotas reduzidas ou zeradas, essas transações agora podem ter cobrança de até 3,95%, ampliando o custo anual em até 19%.
No Congresso, a resposta foi imediata: mais de 20 projetos tentam derrubar o aumento. Frentes parlamentares classificaram a medida como "inaceitável", alegando que encarece crédito, câmbio e seguros, e prejudica sobretudo pequenas e médias empresas.
O setor financeiro também reagiu. A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) alertou para riscos de inadimplência, enquanto a Fiesp criticou o uso de tributos sobre empresas como instrumento de ajuste fiscal.
Na esfera judicial, o STF, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, manteve parte do reajuste, barrando apenas a incidência sobre operações de risco sacado. A Receita Federal informou que não haverá cobrança retroativa.
Apesar de reforçar o caixa do governo, a alta do IOF segue sendo alvo de contestação por seus impactos econômicos e sociais.